ORDEM DA TORRE E DA ESPADA
D. João Príncipe Regente, no chegar ao Rio de Janeiro, instituiu, em 13 de maio de 1808, a primeira Ordem no Brasil e, ainda, na América do Sul. Posteriormente, foi regulamentada, em 29 de novembro do mesmo ano. Criada para comemorar seu desembarque em nossa terra e a salvação da monarquia portuguesa, serviu também para “premiar os distintos serviços de alguns ilustres estrangeiros, vassalos de meu antigo e fiel aliado El Rei da Grã-Bretanha, que me acompanharam com muito zelo nesta viagem”.
Apesar de ter sido a primeira Ordem criada no Brasil, a Ordem da Torre e Espada foi instituída como ordem portuguesa, e assim se conservou durante a permanência, entre nós, da sede do Governo Português. Nesse período, não foi entregue a brasileiros.
Em 1821, quando D. João VI retornou a Portugal, foram transferidos também, para lá, os livros de registro da Ordem.
ORDEM DE CRISTO
Insígnia: cruz latina vermelha, potenciada, vazada por cruz latina branca.
Graus: cavaleiro, comendador e grã-Cruz.
Sua origem data do século XVI, como continuidade da Ordem dos Cavaleiros Templários. No entanto, somente a partir do século XV é que o seu grão-mestrado passou ao poder dos reis de Portugal. Foi a organização da Ordem de Cristo que incentivou a navegação e a expansão do Império Português, e os seus vastos recursos custearam as fabulosas despesas desses empreendimentos. Assim, as terras conquistadas tiveram assegurado o domínio espiritual cristão, enquanto seu domínio temporal pertencia ao Rei. O símbolo da Ordem aparecia gravado nas caravelas e nos marcos de posse da nova terra.
Essa organicidade era sustentada, inclusive, pelo privilégio, dado aos cavaleiros da Ordem (administradores das terras conquistadas), de receber o dízimo – imposto correspondente à décima parte dos produtos da terra – não só para atender às despesas da Ordem, como também, propagação da fé e do culto cristão.
Com o tempo, a Ordem passou a ter as características que hoje existem, sendo que atualmente, em Portugal, a Ordem de Cristo é utilizada para premiar cidadãos nacionais e estrangeiros que tenham prestado relevantes serviços à pátria e à humanidade.
ORDEM DE NOSSA SENHORA DE VILA VIÇOSA
Insígnia: placa irradiada sobre a qual estão apostas nove pequenas estrelas brancas, e, encimada por coroa real, estrela branca de nove pontas. Ao centro, medalhão redondo com as letras A e M entrelaçadas, em relevo, circundado por orla azul-ferrete com a legenda “PADROEIRA DO REINO”. Fita e banda azul-claro, com orla branca.
Graus: cavaleiro, comendador e grã-cruz.
D. João VI, ao ser aclamado Soberano do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 6 de fevereiro de 1818, criou essa Ordem para perpetuar a data e homenagear Nossa Senhora da Conceição, Padroeira do Reino desde 1646. A sua regulamentação foi publicada em 10 de setembro de 1819. D. João tomou para si, e para os que sucedessem o trono, o título de Grão-Mestre, em igualdade de condições com as demais Ordens Militares. Esta Ordem, apesar do cunho religioso, era, também, militar.
Em reconhecimento e devoção à Padroeira do Reino, todas as pessoas da Família Real receberam a categoria de Grã-Cruzes efetivos. As grã-cruzes honorárias eram conferidas a pessoas que tivessem título de nobreza; as comendas, aos que tivessem filiação de fidalgo na Casa Real; e as insígnias de Cavaleiro, aos nobres e empregados que prestassem serviços ou merecessem a real contemplação do Rei. Quando de seu regresso a Portugal, D. João VI transferiu também os livros desta Ordem.
ORDEM DE SÃO BENTO DE AVIZ
Insígnia: cruz latina verde, flordelizada. No Brasil, fita e banda verde, com orla vermelha.
Graus: cavaleiro, comendador e grã-cruz.
Tradicionalmente militar, esta Ordem parece ter-se originado na Espanha, como ramo da Ordem de Calatrava, embora muitos historiadores afirmem sua criação em Portugal, no século XII, por D. Afonso Henriques.
No século XVI, a Ordem de Aviz passou à administração dos reis de Portugal e, a partir do século XVIII, tornou-se exclusivamente de caráter honorífico militar.Trazida para o Brasil pelo Príncipe Regente D. João, aqui vigorou durante sua estada e, em seguida, sob o grão-mestrado de D. Pedro, até 1827, quando foi abolida.Reorganizada anos mais tarde, e tendo confirmada sua finalidade específica de premiar serviços militares, voltou a ser conferida, sendo a única ordem honorífica portuguesa mantida pelo Governo Provisório, após a Proclamação da República no Brasil.
Definitivamente abolida em 1891, foi, no entanto, mantida em Portugal servindo, a Monarquia e à República daquele país.
ORDEM DE SÃO TIAGO DA ESPADA
Insígnia: cruz latina vermelha, floreada, com pé lancetado.
Graus: cavaleiro, comendador e grã-cruz.
Originária da Espanha, por volta do século XII, era também uma Ordem de Cavalaria e sua organização, algum tempo mais tarde, transferiu-se para Portugal. Seus regulamentos exigiam os votos de pobreza, castidade e obediência, tornando-se uma ordem essencialmente religiosa. A partir do século XVI, os reis de Portugal passaram a ser os administradores da Ordem. Em 1789, D. Maria I reformou os seus estatutos, dando à ordem características de mérito. Servia, na época, para galardoar os funcionários da Justiça e outros cidadãos que haviam prestado serviços relevantes.
Em 1862, sofreu outra reforma, sendo reorganizada sob o título de “Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de São Tiago do Mérito Científico, Literário e Artístico”, passando a servir como prêmio honorífico aos serviços intelectuais, sentido com o qual é, ainda hoje, utilizada pelo Governo Português.
ORDEM DE DOM PEDRO I FUNDADOR DO IMPÉRIO DO BRASIL
Insígnia: anverso - dragão alado, tendo ao peito escudo verde com as letras P e I, sainte de coroa condal e encimado por coroa imperial. Reverso – Igual ao anverso, com alteração na inscrição para a data 16-4-1826.
Fita e banda verde, com orla branca.
Graus: cavaleiro, comendador e grã-cruz.
D. Pedro instituiu, em 16 de abril de 1826, a Ordem de Pedro I, Fundador do Império do Brasil, para marcar, de maneira distinta, o reconhecimento da independência do vasto império.
Jean Baptista Debret, um dos integrantes da Missão Artística Francesa, foi o criador da insígnia.
Esta ordem somente foi regulamentada em 1842 e o seu livro de registro começou vinte e dois anos mais tarde, com a inscrição do decreto do Duque de Némours. Com esse atraso, as concessões efetuadas por D. Pedro I ficaram sem qualquer referência e atribuiu-se o fato ao caráter pessoal com que o Imperador distribuía a comenda. Segundo os estudiosos, somente dois brasileiros foram agraciados: o Marquês de Barbacena (1826), talvez o primeiro a ser homenageado; e o Marquês de Caxias (1868). Com a Proclamação da República, a Ordem foi extinta.
IMPERIAL ORDEM DO CRUZEIRO DO SUL
Insígnia: anverso - Estrela branca de cinco pontas bifurcadas e maçanetadas, assentada sobre guirlanda de ramos de café e fumo, pendente de coroa imperial. Ao centro, medalhão redondo azul-celeste, com cruz latina formada por dezenove estrelas brancas, circundado por orla azul-ferrete com a legenda "BENEMERITIUM PRAEMIUM". Reverso – Igual ao anverso, com alteração no medalhão para a efígie de D. Pedro I, e na legenda para "PETRUS I – BRASILIAE IMPERATOR D". Fita e banda azul-celeste.
Graus: cavaleiro, oficial, dignitário e grã-cruz
Com a Independência do Brasil, D. Pedro I criou a Ordem Imperial do Cruzeiro, em 1° de dezembro de 1822, para comemorar a sua Aclamação, Sagração e Coroação. Foi, assim, a primeira ordem honorífica genuinamente brasileira. Seu desenho partiu de modelo francês, mas seu nome e suas características basearam-se na "posição geográfica desta vasta e rica região da América Austral, que forma o Império do Brasil, onde se acha a grande constelação do Cruzeiro, e igual, em memória do nome, que sempre teve este Império, desde o seu descobrimento, de Terra de Santa Cruz."
Era destinada a premiar brasileiros e estrangeiros e sua maior distribuição ocorreu no dia da Coroação e Sagração de D. Pedro I. Aos agraciados não eram cobrados emolumentos, exceto o feitio da insígnia e o registro dos diplomas. Ficavam, porém, obrigados a dar uma jóia qualquer, ao seu arbítrio, para dotação de uma Caixa de Piedade, destinada à manutenção dos membros pobres da Ordem ou dos que, por casos fortuitos ou desgraças, caíssem em pobreza.
IMPERIAL ORDEM DA ROSA
Insígnia: anverso– Estrela branca de seis pontas maçanetadas, unidas por guirlanda de rosas. Ao centro, medalhão redondo com as letras P e A entrelaçadas, em relevo, circundado por orla azul-ferrete com a legenda "AMOR E FIDELIDADE". Reverso: igual ao anverso, com alteração na inscrição para a data 2-8-1829, e na legenda para "PEDRO E AMÉLIA".
Fita e banda rosa-claro, com duas orlas brancas.
Graus: cavaleiro, oficial, comendador, dignitário e grã-cruz.
Em 1829, para perpetuar a memória de seu matrimônio com D. Amélia de Leuchtenberg e Eischstaedt, D. Pedro I criou a Imperial Ordem da Rosa.
Foi, também, um trabalho realizado por Jean Baptista Debret que, seguindo alguns historiadores, teria se inspirado nos motivos de rosas que ornavam o vestido de D. Amélia em retrato enviado da Europa, ou com o qual teria desembarcado no Rio de Janeiro. Esta Ordem servia para premiar militares e civis, nacionais e estrangeiros, que se distinguissem por sua fidelidade à pessoa do imperador e por serviços prestados ao Estado, e comportava um número de graus superior às outras ordens brasileiras e portuguesas, então existentes. De 1829 a 1831, D. Pedro I concedeu apenas 189 insígnias, mas D. Pedro II, em seu extenso período de reinado, chegou a agraciar, com esta ordem, 14.284 cidadãos.
FONTE: CASA IMPERIAL DO BRASIL
FONTE: CASA IMPERIAL DO BRASIL
http://www.monarquia.org.br/NOVO/obrasilimperial/medalhas.html
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