“Seu território, em meados do século XVII, fazia parte das sesmarias que compreendiam também os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas, Delmiro Gouveia. Para diferenciar de Mata Grande, do qual foi povoado, chamou-se, primitivamente, Mata Pequena ou Matinha de Água Branca. Os primeiros indícios de seu povoamento datam, provavelmente, de meados do século XVIII, com a chegada do Capitão Faustino Vieira Sandes, vindo de Itiuba, povoação à margem do S. Francisco, atualmente em Porto Real do Colégio. O Capitão torna-se tronco de tradicional família aguabranquense, que ai se fixou em função dos terrenos feracíssimos e próprios para a exploração agrícola e a pecuária. A povoação logo se desenvolveu em razão da localização geográfica: região serrana de clima ameno verdadeiro oásis no meio do sertão. A criação da freguesia se deu pela Lei Provincial nº 413, de 1º de junho de 1864, sob a invocação de N. S. da Conceição. Antes, em data que não se pode precisar, foi erigida uma capela na povoação, dedicada a N. S. do Rosário. Atualmente, esta subordinada eclesiasticamente à Diocese de Penedo. A elevação à Categoria de Vila se deu pela Resolução 681, de 24/4/1875, sendo que a Lei 733, de 3/7/1876, confirmou a criação da vila, que foi instalada em 20/9/1876. Por motivos de incompatibilidades surgidas entre o então Governador Gabino Bezouro e membros da política local, foi a sede do município transferida para a povoação de Várzea do Pico, que passou à denominação de Capiá, pela Lei 35, de 30/5/1893. Situada na Zona da Caatinga, onde durante muito tempo as boiadas vindas de municípios alagoanos e pernambucanos encontravam pouso para se refazer, Várzea do Pico possuiu, há muitos anos, uma feira de gado e, na fase em que foi sede do município, conhecia um período de progresso. Em 1895, porém, a Lei nº 74, de 1º de junho, restabeleceu na vila de Água Branca a sede do município”.
Elevada à categoria de cidade pela Lei 805, de 2/6/1919. Quanto à comarca, somente a 7/7/1910 foi desligada de jurisdição de Paulo Afonso, pela Lei n.º. 603, que lhe deu mais o termo de Piranhas, criando então o respectivo juizado de Direito. Em 1911, por pequeno período foi-lhe anexado o termo de Mata Grande, por ter sido suprimida a comarca do mesmo nome, porém logo restabelecida. Em 1931 a comarca de Água Branca torna a incorporar o termo de Mata Grande, que somente em 1949 volta a ser restabelecido. Desmembrado de: Mata Grande, então denominado Paulo Afonso.
Topônimo: Deve-se ao fato de existir em seu território uma fonte de água muito límpida. Apresenta duas zonas fisiográficas distintas: a Serra, que ocupa cerca de um terço da área territorial, com suas terras argilosos e acidentadas, onde se desenvolvem as lavouras de cana-de-açúcar, mandioca e cereais; e a Caatinga, ondulada, terreno de constituição arenosa, com todas as características de região sertaneja. Ai se encontram as principais fazendas de criação.
Mesorregião sertão alagoano e microrregião serrana do Sertão Alagoano. Base econômica: agropecuária, em razão da fertilidade de suas terras. Os produtos mais cultivados são feijão, milho, algodão herbáceo, mandioca entre outros. A criação de gado tem se desenvolvido, embora não seja de grande expressão econômica. Existem pequenos estabelecimentos que se dedicam ao fabrico de redes de algodão e pequenas industrias de calçados, principalmente alpercatas sertanejas.
Em termos de arquitetura conserva, ainda hoje, um dos mais homogêneos conjuntos do Estado, com exemplares do século XIX, entre os quais se destaca a casa então pertencente ao Barão de Água Branca. Outros destaques arquitetônicos: Igreja de N. S. da Conceição - Do século XIX, concluída em 1871, sua fachada apresenta frontão com recortes e decorações fitomórficas. Na altura do coro existem três balcões com grades em ferro batido. Suas torres no mesmo alinhamento do frontispício, são revestidas de azulejos. O interior é simples e uniforme no estilo dos seus altares, nichos e adornos. No forro da nave encontra-se um medalhão com uma pintura representando N. S. da Conceição, em espessa cercadura de talha branca e dourada. Realça o trabalho de talha da varanda do coro, das tribunas e da portada que dá acesso à capela lateral, totalmente rendilhada.
Igreja de N. S. do Rosário - De pequeno porte, data do início do povoamento. Fachada com frontão triangular e telhado de beira-seveira. Na altura do coro vêm-se duas janelas simples e, no centro, porta ladeada por duas janelas iguais às do coro. No interior destacam-se trabalhos em madeira.
Fonte: BARROS, Francisco Reinaldo Amorim de. ABC das Alagoas: dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico das Alagoas. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2005. 2v.
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