JOÃO DE LYRA TAVARES
APONTAMENTOS PARA A
HISTÓRIA TERRITORIAL
DA PARAHYBA
Edição Fac-similar
Coleção Mossoroense
Volume CCXLV
1982
oooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooo
oooooooooooo
oooooooo
ooo
SESMARIAS DA CAPITANIA DA PARAHYBA
Nº 61 EM 15 DE JUNHO DE 1706
Capitão-mor Hypolito Bandeira de Mello e o Padre Dionisio Alves de Brito, moradores nesta cidade, dizem que, querendo elles supplicantes fazer cazas para augmento della, não tinhão chãos e ora tinham noticia estarem devolutos dois chãos pegados às casas de Luzia Pinto, correndo para a rua direita acima, ate entestar com chãos do sargento-mor João Ferreira Baptista; e porque elles supplicantes haviam servido a S. M. alem de ser em utilidade da cidade levantar casas, portanto pediam que lhes fizesse mercê dos ditos chãos e seus quintaes para elles e seus herdeiros visto havarem servido ate o presente e não se lhes ter dado nada. Ouvido o provedor, respondeo este que não havia noticia de quem fossem os chãos de que tratam os supplicantes, pois que com a guerra dos hollandezes se perderam os livros antigos, porem como se achavam devolutas se podiam conceder aos supplicantes, com a condição que se apparecer dono por titulo legal elles largarão pagando-se-lhes as bemfeitorias que tiverem. Foi assim feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 62 EM 25 DE JUNHO DE 1706
Conde de Alvor, Domingos da Cunha Siqueira, Bartholomeo Barbosa Pereira, D Rosa Maria Dourado, Josepha da Cunha Siqueira, Bento Araujo e G. Pereira Barbosa, moradores nesta capitania, dizem que tinham seus gados e creações no sertão das Piranhas sem terras, e entre as ilhargas do sertão do Jaguaribe, entre as ilhargas das Piranhas, tinham descoberto o riacho e lagoa chamada Pody-mirim por nome na lingua do gentio; o Jaguaribe fica para parte do norte de taes terras e as Piranhas para a parte do sul e o centro do sertão para o poente e os providos para parte de leste; as quaes terras estavam devolutas e só nellas habitavam gentios do Caicó, e por isto pediam tres legoas de comprido e uma de largo para cada um, no dito riacho e lagoa chamada Pody-merim ou em qualquer parte que melhor lhes accommodar sem prejuiso de terceiro entre uma ribeira e outra, como acima se declara. Foi feita a concessão requerida de tres legoas de terras a cada um, nas ilhargas do sertão de Jaguaribe e ilhargas de Piranhas, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 63 EM 13 DE JULHO DE 1706
Capitão Bento Correia Lima, Capitão Jose Diniz Maciel, Felippe Delgado, José de Brito, Diogo Dias Maciel, Francisco Barretto Maciel e Lino Barretto, os mais dos sobreditos moradores desta capitania dizem que haviam descoberto algumas terras no sertão desta capitania, no rio chamado Cupy, devolutas e não providas e nem dadas e tinham muito gado sem terras que bastassem e para o poder accommodar lhes era necessario a cada um tres legoas de comprido e uma de largo no rio chamado Cupy, que nasce na serra chamada na lingua dos Tapuios - Cuquihoc, que nasce do poente para o nascente, entrando para o rio Piranhas, cuja terra pediam de uma e outra banda do rio, fazendo testada com a terra de João Pinto e mais hereos seus companheiros ate se encher a elles supplicantes nas ditas treis legoas de terra de comprido e uma de largo a cada um, começando-se a medir pela parte que mais convier, ficando sempre dentro da dita terra o rio Cupy. Opinou o provedor que se concedesse as tres legoas a cada um, porem estas se devem demarcar começando da testada de João Pinto e não na forma que allegam; e assim foi feita a concessão de treis legoas de comprido e uma de largo a cada um em o rio Cupy, que nasce na serra Cujuriabo e corre do poente para o nascente e entra no rio Piranhas e se demarcarão começando da testada de João Pinto, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 64 EM 20 DE NOVEMBRO DE 1706
Manoel da Costa Vieira, Capitão João Gonçalves, Balthazar Gomes Correia, João Paes de Bulhões, Antonio de Souza, Sargento-mór João Ferreira Baptista, dizem que tinham seus gados sem terra para situar, e tinham noticias, que da barra do riacho Salgado para riba que era da ponta da Serra-Negra e confrontava com a serra de Orivã e acabava em a serra de Serieina, que assim lhe chamavam os Tapuios, que vinha a ser pelo rio Curimataú acima da barra do dito riacho, que estava devoluto, queriam trez legoas de terras em quadro a cada um na dita paragem, começando da barra do dito riacho Salgado para riba, rumo direito ou salteadamente como melhor lhes estivesse. Opinou o provedor que se concedesse a cada um treis legoas de comprido e uma de largo, e que sejão as ditas terras successivas e não salteadas, e assim foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 65 EM 17 DE JUNHO DE 1707
Padre Mathias Tavares de Castro e Francisco de Brito Biserra, moradores na capitania de Itamaracá, dizem que haviam descoberto algumas terras no rio Curimataú; que estavão desaproveitadas e sem posruidôr, e como tinham muito gado, sem terras bastante para accommodar, lhes era necessario a cada umn três legoas de comprido e uma de largo, começando as ditas seis legoas de terra nas ilhargas da terra que term povoado o Padre Francisco Ferreira, visinho ao dito rio, ficando a lagôa, que ha no tal logar, chamado de Pedra, no meio das ditas seis legoas, porque só assim podiam ter gado nas ditas terras em rasão de se aproveitarem das agoas da lagôa e das mais visinhas, pediam as seis legoas de comprimento com duas de largo. Foi feita a concessão de seis legoas de comprimento mas somente com uma de largura, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 66 EM 26 DE JUNHO DE 1707
Capitão João Gajo da Cruz, morador nesta cidade, diz, que pelo rio Mamoaba acima, começando das testadas das terras dos herdeiros de Nicoláo Camello, donde tem mettido um marco até entestar com terras de Antonio Machado se acha por uma contra parte do dito rio terra devoluta, sem que seja dada á pessôa alguma, que será pouco mais ou menos duas legoas, e pede a dita terra em sesmaria em remuneração do serviço feito a S. M. Foi feita a concessão de duas legoas de comprido e uma largo que comeca na testada dos herdeiros de Nicoláo Camello pelo rio de Mamoaba acima, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 67 EM 28 DE JUNHO DE 1707
Francisco Ribeiro Santarem, morador no Cabo-Branco desta capitania, diz que não tem terras suas em que possa viver, e porque no rio Gramame para parte do sul esta uma sorte de terras e sitio que foi de Paschoal de Barros, homem antigo e já defuncto, donde foi morador, não teve filhos nem herdeiros, as quaes estão devolutas, quer que se lhe faça mercê dellas e juntamente de todas as sobras, que se acharem pelo rio acima ate entestarem com as terras que foram do capitão Mathias da Rocha e do capitão Manoel Nunes de Souza e dos herdeiros de Manoel Francisco. Foi feita a concessão conforme opinou o Provedor, de meia legua em quadro, no rio Gramame, para a parte do sul, com a condição de largar apparecendo senhorio com justo titulo, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos
Nº 68 EM 11 DE JULHO DE 1707
Pc. Manoel Thimotheo da Cunha, Tenente Coronel Gonçalo Rodrigues Castro e Francisco Fernandes de Souza, todos moradores nesta capitania, dizem que elles a custa de suas fazendas teem descoberto umas terras sitas no rio a que o gentio chama Seridó, o qual rio passa pela serra da Borburema e faz barra no rio Acahuan, em o dito rio pedem nove legoas de terra, três para cada um dos heréos e uma de largo, de uma e outra parte do rio Seridó que só começarão a medir do poço a que o gentio chama Caturaré, tres legoas do dito poço para baixo, as quaes foram dadas ao Reverendissimo Antonio de Viveiros e as pede elle heréo Manoel Thimotheo da Cunha, devolutas e desaproveitadas, e do dito poço Caturaré, para cima até a segunda serra da Borburema pedem os ditos heréos Tenente Coronel Gonçalo Rodrigues de Castro e Francisco Fernandes de Souza, seis legoas na forma acima pedida. Foi feita a concessão a cada um de três legoas de comprido e uma de largo, sendo ao padre Manoel Themotheo a do Vigario Antonio de Viveiros, que consta não haver tomado posse nos termos da lei, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 69 EM 11 DE JULHO DE 1707
Antonio de Mello Dourado, Alferes do Forte de Cabedello diz que estava servindo a S. M. como cabo do dito forte há treis annos, pela insufficiencia do Capitão delle, e porque no realengo do dito forte queria elle supplicante fazer um curral de peixe, em paragem que não prejudicasse a espera da renda para poder sustentar-se e a sua familia, e ser também em utilidade da fazenda real, pedia lhe fizesse mercê de conceder. Foi feita a concessão de accordo com o parecer do provedor, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 70 EM 8 DE OUTUBRO DE 1707
João de Luna da Rocha e Capitão Palulo de Almeida, o primeiro proprietario do officio de Meirinho da correição, contador destribuidor e inquiridor, e o segundo escrivão da ouvedoria e procuradoria desta capitania, dizem que elles supplicantes eram moradores nesta cidade e em razão de servirem os ditos officios sem terem cazas proprias o que lhes era em prejuiso, e como S. M. havia se dessem de scsmaria todos os chãos que estivessem devolutos, por ser conveniente para ornato desta cidade e os edificios entre as casas que tem o sargento-mór João Ferreira Baptista, que foram as casas de Miguel Alves Lobo entre os chãos do morgado que instituiu Duarte Gomes da Silveira, havia uns chãos devolutos, nos quaes queriam elles supplicantes fazer casas, pediam lhes fizesse mercê dar sesmaria, por devolutos e desaproveitados todos os chãos que ficassem entre as ditas confrontaçõess, que estavam sitas na rua direita, indo para São Francisco, para a parte do poente, com o quintal que tivessem todas as ditas casas, para elles supplicantes e seus descendentes. O provedor informou que não consta houvesse senhorio dos chãos de que tratam os supplicantes, mas que parece o tiveram porque nelles se veem algumas paredes arruinadas, de pedra e cal; mas que se devia conceder com a condição de ser restituido, mediante indemnisacão das bemfeitorias, apparecendo dono com titulo legal. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 71 EM 9 DE MARÇO DE 1708
D. Garcia Pereira, viuva que ficou de Amaro Pereira como administrador da capella de N. S. do Pilar que fez o dito seu marido no rio das Mares, diz que ella supplicante possue no dito logar 800 braças de terra, da qual deu 400 braças para dita capella e porque entre a terra della supplicante e do Alferes Gaspar d’Amorim, e padre João de Araujo Medanha, da qual se correu o rumo para dentro, e outro-sim mais quinhentas braças de um outro companheiro de data que hoje pertencem ao dito padre João de Araujo e Gaspar de Amorim, que estavam sem senhorios nem se sabia de herdeiros, estavam devolutas, queriam lhe dessem a dita terra e todas as mais sobras que se achassem do rumo para dentro para dita capella e sua sustentaçao foi feita a concessão de 500 braças de terra e das sobras pedidas em sua petição para sustentação da capella de N. S. do Pilar, com a condição de as restituir, apparecendo dono com justo titulo, no governo de Fernardo de Barros e Vasconcellos.
Nº 72 EM 4 DE JULHO DE 1708
Padre Manoel dos Santos, da companhia de Jezus, superior da caza de S. Gonçalo desta cidade, diz que entre os mais bens de raiz de que estava de posse a mesma casa para seus legitimos prelados, eram 500 braças de terras no rio Jaguaribe, que houveram por titulo de compra e foram demarcadas no anno de 1598, como constava do auto junto: e por se haverem perdido os marcos e para evitar duvidas com os visinhos, queria elle, supplicante, fazer aviventação judicialmente dos rumos da dita demarcação, e porque esta por algum incidente poderia não chegar com o ultimo rumo, que corre para oeste a intestar com o dito rio Jaguaribe, no alagadiço do qual havia de começar a dita aviventação com o rumo de leste, com o dito rio de cuja terra esteve sempre a dita casa de posse, e para evitar alguma contenda que podia haver, queria lhe fizessem mercê dar para dita casa a terra que se achar onde acabar o dito rumo de leste até contestar com o rio Jaguaribe para banda da terra, cujo rumo se havia de aviventar. Foi feita a concessão na forma requerida, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 73 EM 17 DE JULHO DE 1708
Izidoro Martins de Lima, morador no sertão dos Carirys, diz que havia descoberto terra no dito sertãoo ao pé da serra do Olho d’Agua para baixo ate a cachoeira do Anga e queria lhe concedesse de sesmaria tres legoas de comprimento de dito pé da Serra do Olho d’Agua correndo para baixo ate dita cachoeira do Anga, com uma de largo. Por despacho do Provedor declarou o supplicante que não tinha noticias de quem fossem os herdeiros para uma e outra parte da terra que pedia, porque estavão desertas e não se achavam terras povoadas junto a ellas e nem podia fazer declaração dos rumos porque elle não entendia disto o que só se podia saber quando fosse piloto demarcar a terra. Foi feita a concessão na forma requerida no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.
Nº 74 EM 15 DE SETEMBRO DE 1708
D. Francisca de Sousa, D. João de Souza, (moradores em Pernambuco): Francisco de Souza Ferreira, Padre Remigio Gomes Pedrosa, Domingos Mendes Ribeiro, José de Souza, Padre Gonçalo Ramos de Abreo, provedor do hospital dos pobres do Recife, e Antonio Correia Soares, dizem que tendo noticia que entre a serra do Patú e a do Urá havia um riacho a que os tapuios chamão Urujuré com aguas e pastos capazes de se crearem gados sem pessoa nenhuma as aproveitar ou por não saberem dellas ou por temerem o gentio bravo, que no dito sertão ha; e porquanto elles tem gados e não tem onde os crear, requeriam vinte quatro legoas de terras de comprimento pelo dito riacho Urujuré acima e abaixo onde melhor conveniencia acharem, tomando o bom e capaz e deixando o ruim e incapaz até realmente se encherem das ditas 24 legoas de comprido o que se achar de uma serra a outra. Opinou o Provedor da fazenda que os supplicantes declarassem onde nasce o riacho de que fasem menção e onde faz barra e em que sertão está e quaes são as serras que ha por uma e outra parte da terra que pretendem. Responderam os supplicantes que logo foram em companhia de tapuios pegas e sua gente a ver as terras que pediam com risco do mesmo gentio e desembolso de suas fazendas sem o que llh’as não queriam mostrar, e chegando la acharam serem capazes para o que pretendiam e o que acharam e serem ditas terras entre a serra do Patú e outra serra a que o mesmo gentio chama Urá, entre estas duas serras nasce o riacho a que chamão Urujuré, o qual vae fazer barra em outro riacho a que chamão Paenemy, o qual desagoa para o sertão do Apody; em toda esta terra não acharam signal algum de que nella houvesse mais do que o gentio bravo nem heréo algum entre as duas serras nomeadas; só na estrada que vae para o Apody esta situado por Severiano da Silva e Sebastião da Silva e seus companheiros em o riacho Umariseiro, todos da parte de fora de ditas terras; o sertão e entre as Piranhas e o Apody, e nestas terras que descobriram os supplicantes puzeram cruzes e fiseram suas caiçaras. Foi feita a concessão de tres legoas de comprimento e uma de largura a cada um, no governo de João da Maia da Gama.
Nº 75 EM 27 DE SETEMBRO DE 1708
Antonio Gonçalves de Souza, morador nesta cidade, diz que seo cunhado deixara a uma filha do supplicante umas casas de pedra e cal na rua da Boa Vista com seos chãos, entre os quaes outros de Gaspar Gomes estava uma braça e meia de terras pouco mais ou menos, e que por estar devoluta o dito defunto a mettera dentro de seo quintal, e cercou com a mesma cerca para assim ter mais largura, e portanto pedia lhe fizesse mercê de dar de sesmaria a dita braça e meia de terra ou a que na verdade se achar, para elle e seos herdeiros. Foi feita a concessão no governo de João da Maia da Gama.
Nº 76 EM 6 DE OUTUBRO DE 1708
Capitão Antonio Velho Gondim, diz que tinha servido a S. M. nesta cidade, em praça de soldado pago por espaço de alguns annos, e em o posto de capitão das ordenanças, morador nella com mulher e filhos, sem casa propria em que more, e porque as pretende levantar não tem chãos em que o faça, e que tinha notícia que defronte as casas do padre Antonio de Souza Ferraz na rua direita, em o canto que vae para São Bento se acham chãos devolutos e sem senhorio nem noticia alguma de que sejão desde as tempos dos Flamengos, e que como e em augmento da cidade queria elle supplicante levantar casas nelles, e portanto pedia lhe fizesse mercê dar de sesmaria as ditos chão, defronte do dito padre Antonio de Souza, começando das paredes da casa da polvora antiga até o canto pela frente da rua direita e dahi correndo pelo becco que vae para S. Bento até entestar com chãos do capitão Braz Alves, e que a todo tempo que lhe sahisse senhorio com justa titulo faria deixação delles. Fei feita a concessão no governo de João da Maia da Gama.
Nº 77 EM 29 DE OUTUBRO DE 1708
Francisco Correia Caminha e Manoel Soares de Oliveira, moradores nesta capitania, dizem que tendo descoberto a sua custa uma sorte de terras na ribeira do Curimataú e as queria situar com seus gados por não terem terras para crear, as quaes terras ficam nas ilhargas da data de Amaro Quaresrna Carneiro para a parte do nascente e requeriam seis legoas de comprido e uma de largo, tres para cada um, na dita ribeira Curimataú, fazendo peão na lagoa Jacaré. Foi feita a concessão no governo de João da Maia da Gama.
Nº 78 EM 8 DE NOVEMBRO DE 1708
Capitão Francisco da Costa Teixeira, Gregorio Valcacer de Moraes e Martinho Gomes de Lima, moradores nesta capitania, dizem que tinham seos gados e alguns já situados como era o de Martinho Gomes, em umas terras que ficavam entre os providos do rio Mamanguape e Gurinhém, requeriam tres legoas de comprido e uma de largo para cada um entre as terras que tem o dito capitão Francisco da Costa Teixeira na ribeira do riacho, a que chamão Tamoatá mirim e tem o seo principio no canto do seu curral até entestar com a terra que foi de Gonçalo da Rocha, a que chamão os pastos novos, começando o comprimento no mesmo riacho da parte do sul para cima, para o poente até entestar com os providos do Poá que são Pedro Cardoso e os herdeiros de Domingos da Rocha, encostando-se sempre aos providos do rio Mamanguape, que são terras que foram de Lourenço Affonso e do capitão Jeronymo de Milhares e dahi para cima em que não ha providos encostado ao mesmo rio Mamanguape. Foi feita a concessão no governo de João da Maia da Gama.
Nº 79 EM 10 DE NOVEMBRO DE 1708
Antonio de Souza Ferreira, morador na capitania de Itamaracá, tendo feito umas entradas no sertão desta capitania a fazer guerra ao tapuio bravio donde assistio com gados para sustento de sua gente que foi nas ditas entradas; e porque se achasse com gados bastantes e não tinha terras em que os situasse; e a sua custa tivesse descoberto umas terras no rio Caraçá que cae no rio Curimataú, requeria tres legoas de comprido e uma de largo, começando das testadas de um sitio que elle supplicante comprou a Amaro Carneiro, correndo pelo dito rio Caraçá acima uma legoa de largo ficando sempre o dito rio Caraçá em meio da propriedade. Foi feita a concessão no governo de João da Maia da Gama.
Nº 80 EM 29 DE NOVEMBRO DE 1708
Sargento-mór Antonio José da Cunha, morador na capitania de Pernambuco, diz que havia habitado nos sertões desta capitania Rio Grande e, Ceará, e que achando-se em todas as campanhas e guerras com o gentio barbaro, gastando muito de sua fazenda, com risco de vida nas quaes guerras perdera quatro escravos e muita quantia de gados que o dito gentio lhe matou, e vendo elle supplicante as muitas perdas que recebia nas terras proprias se deliberou a descobrir algumas em que podesse accommodar seos gados, descobrio um riacho chamado do Peixe, habitado da nação chamada Icó-pequeno, que desagoa no rio das Piranhas, com o qual gentio elle supplicante fizera paz adquirindo-os para isto com muitos resgates, as quaes terras povoou elle supplicante a 17 annos com mais de 1500 cabeças de gado vaccum e cavallar, sem contradição de pessoa alguma, por isto requeria treis legoas de comprido e uma de largo pelo dito riacho acima, meia legoa para cada banda do dito riacho, começando a inteirar-se da varzea-grande. Foi feita a concessão no governo de João da Maia da Gama.
Caro José Ozildo,
ResponderExcluirEsta é a continuidade do resgate deste livro histórico, talvez um dos mais importantes da nossa história, pois aqui se encontram as origens de muitos municípios paraibanos.
Parabéns!
Continue construindo a nossa história!
Att.
Rau Ferreira
Blog HE