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domingo, 24 de julho de 2011

SILVINO PIRAUÁ DE LIMA

E TUDO VEM A SER NADA

Silvino Pirauá de Lima


 
Tanta riqueza inserida
Por tanta gente orgulhosa,
Se julgando poderosa
No curto espaço da vida;
Oh! Que idéia perdida,
Oh! Que mente tão errada,
Dessa gente que enlevada
Nessa Fingida grandeza
Junta montões de riqueza,
E tudo vem a ser nada.

Vemos um rico pomposo
Afetando gravidade,
Ali só reina bondade,
Nesse mortal orgulhoso,
Quer se fazer caprichoso,
Vive de venta inchada,
Sua cara empantufada,
Só apresenta denodos
Tem esses inchaços tudo
E tudo vem a ser nada.

Trabalha o homem, peleja
Mesmo a ponto de morrer
É somente para ter,
Que ele se esmoreja,
Às vezes chove e troveja
E ele nessa enredada,
Alguns se põem na estrada
À lama, ao sol ao chuveiro,
Ajuntam muito dinheiro,
E tudo vem a ser nada.

Temos palácios pomposos
Dos grandes imperadores,
Ministros e senadores,
E mais vultos majestosos;
Temos papas virtuosos
De uma vida regrada,
Temos também a espada
De soberbos generais,
Comandantes, marechais
E tudo vem a ser nada.

Honra, grandeza, brasões;
Entusiasmos, bondades;
São completas vaidades
São perfeitas ilusões,
Argumentos, discussões;
Algazarra, palavreada,
Sinagoga, caçoada,
Murmúrios, tricas, censura,
Muito tem a criatura,
E tudo vem a ser nada.

Vai tudo numa carreira
Envelhece a mocidade,
A avareza e a vaidade
E quer queira ou não queira;
Tudo se torna em poeira,
Cá nesta vida cansada
É uma lei promulgada
Que vem pela mão divina,
O dever assim destina
E tudo vem a ser nada.

Formosura e ilusões,
Passatempos e prazeres;
Mandatos, altos poderes,
De distintos figurões,
Cantilenas de salões;
E festa engalanada,
Virgem-donzela enfeitada
No gozo de namorar,
Mancebos a flautear,
E tudo vem a ser nada.

Lascivas, depravações
Na imoral petulância,
São enlevos da infância,
São infames corrupções,
São fingidas seduções
Que faz a dama enfeitada
Influi-se a rapaziada
Velhos também de permeio,
E vivem nesse paleio,
E tudo vem a ser nada.

Bailes, teatros, festins,
Comédia, drama, assembléia,
Clube, liceu, epopéia,
Todos aguardam seus fins,
Flores, relvas e jardins,
Festas com grande zuada,
Oiteiro e campinada
Frondam, copam e florescem,
Brilham, luzem, resplandecem;
E tudo vem a ser nada.

O homem se julga honrado,
Repleto de garantia,
De brasões e fidalguia,
É ele considerado;
Mas quanto está enganado
Nesta ilusória pousada
Cá nesta breve morada,
Não vemos nada imortal
Temos um ponto final;
E tudo vem a ser nada.

Tudo quanto se divisa
Neste cruento torrão,
As árvores, a criação
Tudo enfim se finaliza,
Até mesmo a própria brisa,
Soprando a terra escarpada,
Com força descompassada
Se transformando em tufão
Deita pau rola no chão
E tudo vem a ser nada.

Infindo só temos Deus,
Senhor de toda grandeza
Dos céus e da natureza,
De todos os mundos seus,
Do Brasil, dos europeus,
Da terra toda englobada
Até mesmo da manada
Que vemos no arrebol,
Nuvem, lua, estrela e sol
Tudo mais vem a ser nada.

2 comentários:

  1. Parabens pelo site. Gostaria de entrar em contato com ozildo e rosélia.
    valdemircintra77@hotmail.com
    081.98228.9005(whatsaap)

    abraços e aguardo

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  2. Muito boa postagem. Apenas uma correção deve ser feita: a foto acima não é do "pardo" Silvino Pirauá e sim do pintor Lasar Segal.

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