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sexta-feira, 19 de julho de 2019


AUGUSTO CARLOS VAZ DE OLIVEIRA



Desembargador Augusto Vaz

Em casa de sua residência, à rua do Hospicio n. 43, falleceu hontem, às 18 ½ horas, victimado por uma neplarite, o illustre sr. Augusto Carlos Vaz de Olivieira, provecto cathedratico de nossa Faculdade de Direito.
A noticia desse tristissimo acontecimento chegou na sociedade desta capital com o mais fundo pezar, dadas as relações distinctas e numerosssima s que mantinha o saudoso extincto, cavalheiro honrado por todos os seus títulos.
Advogado de nota nota, professor de direito, vice-presidente da Santa Casa, em todos esses postos o dr. Augusto Vaz era respeitado e estimadíssimo: era possuidor de raros dotes de intelligencia e grande illustração.
Assim são resumidos os seus dados biographicos:
O dr. Augusto Carlos Vaz de Oliveira nasceu em 20 de maio de 1847.
Filho legitimo de Matheus Vaz de Oliveira e d. Hermelinda de Souza Vaz de Oliveira, formou-se em direito em 1868.
Na magistratura occupou apenas os cargos de promotor publico de Mamanguape e desta cidade, tendo se distinguido sempre pelos seus princípios de rectidão de justiça.
Foi também vereador da Camara Municipal do Recife, no antigo regimen.
Entrando em concursos para lente da Faculdade de Direito do Recife, em 1886, foi classificado em 1º logar, tendo sido seus competidores os illustres professores drs. Adolpho Cirne, Arthur Orlando Gomes Parente e Machado Portela Júnior. Era o decano dos actuaes lentes da Faculdade e vice-director da mesma desde 1893 até 1911, quando foi eleito director para o biênio de 1911 a 1912.
Era a alma da Revista Acadêmica que foi um dos fundadores.
Antigo membro da Santa Casa de Misericordia, era da mesma vice-provedor há longos annos.
Acatado entre seus pares, entre os quaes tinha relevante saliência era o dr. Augusto Vaz possuidor de um coração magnanimo e caritativo.
Casado em 29 de junho de 1872 com a exma. Sra. D. Ignez Marinho Vaz de Oliveira, filha de uma das mais distinctas famílias de Pernambuco, houve de seu consorcio cinco filhos, um dos quaes, o Dr. Oswaldo Vaz já fallecido e d. Maria Rita de Hollanda Cunha, casada com o o Dr. Adolpho Hollanda Cuha, residente no Rio de Janeiro, Augusta Vaz Pereira, casada com o coronel Vicente Riqueto Pereira, agricultor em Ceará Mirim, Rio Grande do Norte, Gasparina Vaz Rocha dos Santos, esposa do dr. Raymundo Rocha dos Santos, magistrado em Manaos e José Marinho Vaz de Oliveira, zeloso funccionario da Recebedoria do Estado.
Deixa doze netos.
Ministrou ao finando os últimos sacramentos da egreja o seu particular amigo padre Theophilo Tworz, director do Collegio Salesiano.
O enterramento terá logar hoje, à tarde, no cemitério de Santo Amaro, sahindo o féretro da casa acima, às 16 ½ horas, havendo carros à disposição na Rua 15 de Novembro.
À exma. Família Vaz de Oliveira apresentamos nossas sentidas condulências.

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Publicado no Jornal do Recife, Anno LVIII, numero 243, Recife, edição de sabbado, 4 de setembro de 1915, pág. 3.

domingo, 14 de julho de 2019

MANOEL TEOTÔNIO FREIRE JÚNIOR


 Poeta, escritor e jornalista norteriograndense, nascido no Acari,
fundador da Academia de Letras de Pernambucano.

Theotonio Freire falleceu hontem ás 13 ½ horas.
Uma surpresa dolorosa foi a funebre noticia que se lê acima. Todo o Recife intellectual teve o seu momento de pasmo angustioso, porque com Theotonio foi-se um dos nossos mais avantajosos vultos, um talento que não foi feito à custa dos annuncios.
Elle era para os que leem como um desses homens extraordinarios de quem nos approximamos com veneração. Tinha entre nós qualidades raras: era um caracter bem formado e um forte na accepção mais lata do termo.
Anniquilado por uma fatalidade physica, afastado do ruido e das mesquinharias, elle contudo não ficou só. Iam procura-lo as peassas de destaque. Sua casa foi por mutias vezes um ponto de reunião superior, vendo se lá os que comprehendiam o seu grande espirito e a claresa de sua illustração.
Como homem de lettras sua obra é digna. Manejava sua penna no verso com a mesma facilidade com que rendilhava um conto e estendeu-se com sucesso, até ao romance. Jornalista de valor, sua iromia torturou durante certo tempo os homemns influentes, porque Thjeotônio, como de Euclydes da Cunha disse Alberto Rangel, não incesava o poder.
No emtanto era benevolo, principalmente com os iniciados nas lettras. Mas, ultimamente, justamente revoltado com o cabetinismo que prolifera entre nós, escreveu uma chronica, uma sublime chronica, que é carapuça bem ajustada na cabeça de certas pequena intelligencias.
Às vezes, na sua obra, elle phantasia, divagava... O realista tinha seus tons de romantico no temperamento e esse romantismo chocado com a realidade também o tornou um pouco sceptico...
Patriota sem reclames, elle via angustiado o triste destino que parece reservado ao Brasil. O sonhador desejava uma patria inteiriça, propspera, digna. Mas infelizmente o destino não lhe reservou essa ventura.
Mas, o ponto em que elle se mostrava maior era no cuidado de sua familia. Chefe de familia numerosa, pobre, educou bem os seus filhos, justamente acreditados pela nossa sociedade.
Não é no estreito espaço reservado a um necrologio que nunca quizermos traçar, em nota escripta emquanto a penna commovida escorre pelo papel, que se dirá sobre a personalidade superior de Thetonio Freire.
Por isso, ‘A Provincia’, referente, dobra-se ante o tumulo do mestre e condolencia com sinceridade sua distincta familia.
Theotonio Freire nasceu a 6 de outubro de 1865. Diplomado pela Escola  pela Escola Normal, não dedicou, porem, os seus esforços ao magisterio publico.
Casado com a exma. sra. D. Praxedes de Lacerda Freire, deixa de um consorcio venturoso os seguintes filhos: Theotonio Filho, jornalista notavel e homem de lettras; Mario Theotonio e Cesar Theotonio, auxiliares da Standard Oil Company, as senhorias Laura e Esther Freire, esta noiva do sr. Carlos Maia; Maria Helena e Helana Maria e d. Noemi Lacerda, esposa do sr. Jorge Lacerda.
Deixou publicadas as seguintes obras: ‘Republica’, poemeto; ‘Patria Nova’, em collaboração com França Pereira; Ritonellos Lyricos, versos; ‘Passionario e Regina’, romances; ‘Flammulas’, contos; De Relance, estudos críticos; ‘Bronze de Coryntho’, poemeto, além de trabalhos esparsos pelos jornaes e em revistas.
Ultimamente collaborava no ‘Jornal do Recife’.
O enterramento do notavel extincto terá logar hoje, às 14 horas, saindo o feretro de sua residência à rua do Riachuelo 39, onde se verifiou o obito”.

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Publicado no Jornal ‘A Provincia’, Anno XL, n. 82, Recife, edição de domingo, 25 de março de 1917, pág. 2.

ÁLVARO BARBALHO UCHOA CAVALCANTI




O sopro gélido o implacavel da morte arrebatou a nossa sociedade mais uma preciosa existência.
Falleceu, hontem às 5 ½ horas da manhã, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça honorário Álvaro Barbalho Uchôa Cavalcante, em sua residência em Parnamerim, victima de lesão cardíaca.
Cidadão dos mais distinctos deste Estado e membro de uma das mais importantes famílias pernambucanas, conquistou o illustre finado desde a sua mocidade pelo seu merecimento a consideração e a estima publica.
Dedicado aos interesses da sociedade e da pátria salientou se em toda a sua vida pelo seu esforço em benefício do progresso e adiantamento nacional.
Espirito salutar e propenso as boas causa, robusteado por uma intelligencia extensamente illustrada, caracterisava-se por certa altivez indomável que o impedia de sujeitar-se passivamente ao principio de ordem e disciplina partidária.
Dotado de bons sentimentos, de um caracter correcto, franco e expansivo, de um natural insinuante e attrahente que o tornava assaz sympathisado, querido mesmo por aquelles de quem se approximava e consigo travavam conhecimento.
Modesto, despretencioso, mesmo collorado nas mais elevadas posições, era accessível a todos que o procuravam e propenso a esforçar-se pelo bem estar de quantos recorriam ao seu prestigio.
Esse predicados attrahiram-lhe geral apreço dos seus conterrâneos, recebendo manifestações elegantes desde o inicio de sua vida publica.
Formado em 1838, na Academia de Olinda com pouco mais de 20 annos, pois seus nascimento foi a 30 de Novembro de 1818, nesta província, tendo como estudante grangeado um nome respeitável entre os seus mestres e collegas, dedicou-se a carreira de magistratura para a qual mostrava decidida vocação, sendo nomeado a 26 de Setembro de 1839 prefeito da comarca do Rio Formoso e juiz de direito da mesma comarca a 7 de Dezembro de 1840.
Dahi foi removido para a de Flores a 19 de abril de 1844 e depois para a de Limoeiro em 18 de Agosto de 1847.
O seu procedimento como juiz e cidadão foi de tal modo digno e tanto se impoz ao respeito e apreço da população dessa comarca e da então provincia, que filiado ao partido conservador, o Dr. Alvaro Uchôa gosava já naquelle tempo de prestigio político e de uma certa preponderância nos conselhos de seu partido, tendo sido honrado com a eleição de deputado provincial e geral.
Da comarca de Limoeiro foi removido para a vara dos Feitos da Fazenda desta capital e promovido a dezembargador do Tribunal da Relação respectiva em 29 de Outubro de 1861.
Honesto, imparcial e justo, não deixou contaminar pela influencia partidária o seu caracter de magistrado e deixou a mais honrosa tradicção no diversos cargos de judicatura, posições honrosas na sua vida irreprehensivel de juiz.
Político, teve no seu longo tirocínio as mais explendidas demonstrações da confiança do seu partido e dos seus concidadões, expressada em innumeras eleicções em que o seu nome foi sempre victoriosamente sufrragado.
Como deputado a Assembléa Legislativa fez parte da 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 9ª legislaturas de 1840 a 1847, de 1852 a 1853 e sendo lhe confiado o mandato de representante da provincia na Camara temporária nas legislaturas  5ª, 8ª, 11ª e 14ª, de 1843 a 1844, de 1850 a 1852, de 1862 a 1863, de 1869 a 1872.
Por carta Imperial de 4 de abril de 1872 foi escolhido senador do império e logo depois aposentado do cargo de dezembargador com as honras de ministro do Supremo Tribunal de Justiça.
Membro do instituto Histórico o Geographico do Rio de Janeiro e de diversas outras sociedades litterarias e scientificas, era cavalheiro da ordem de Christo e Official da da Rosa.
Casou-se a 27 de Outubro de 1838 com Exma. Sra. D. Anna Rita Mauricio Wanderley, fallecida em 1883.
Deste consórcio teve 18 filhos, dos quaes existem somente 11.
Pae do familia exemplar, teve a felicidade de educar sua prole nos principios os mais sãos.
Parlamentar, não era dos mais assíduos na tribuna, porem quando fallava os seus discursos primavam pela firmeza do critério, elevação das ideas e profundeza com que discutia os mais importantes assumptos.
Foi uma perda muito sensível para o paiz e que lamentamos sinceramente.

Publicado, inicialmente, n’A Província’, e posteriormente transcrito pelo jornal ‘A Epocha’, Anno I, num. 99, Recife, edição de sabbado, 21 de dezembro de 1889, pág. 2.

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