AUGUSTO CARLOS VAZ DE OLIVEIRA
Desembargador Augusto Vaz
Em casa de sua
residência, à rua do Hospicio n. 43, falleceu hontem, às 18 ½ horas, victimado
por uma neplarite, o illustre sr. Augusto Carlos Vaz de Olivieira, provecto
cathedratico de nossa Faculdade de Direito.
A noticia desse
tristissimo acontecimento chegou na sociedade desta capital com o mais fundo
pezar, dadas as relações distinctas e numerosssima s que mantinha o saudoso
extincto, cavalheiro honrado por todos os seus títulos.
Advogado de nota
nota, professor de direito, vice-presidente da Santa Casa, em todos esses
postos o dr. Augusto Vaz era respeitado e estimadíssimo: era possuidor de raros
dotes de intelligencia e grande illustração.
Assim são resumidos
os seus dados biographicos:
O dr. Augusto
Carlos Vaz de Oliveira nasceu em 20 de maio de 1847.
Filho legitimo de
Matheus Vaz de Oliveira e d. Hermelinda de Souza Vaz de Oliveira, formou-se em
direito em 1868.
Na magistratura
occupou apenas os cargos de promotor publico de Mamanguape e desta cidade,
tendo se distinguido sempre pelos seus princípios de rectidão de justiça.
Foi também vereador
da Camara Municipal do Recife, no antigo regimen.
Entrando em
concursos para lente da Faculdade de Direito do Recife, em 1886, foi
classificado em 1º logar, tendo sido seus competidores os illustres professores
drs. Adolpho Cirne, Arthur Orlando Gomes Parente e Machado Portela Júnior. Era
o decano dos actuaes lentes da Faculdade e vice-director da mesma desde 1893
até 1911, quando foi eleito director para o biênio de 1911 a 1912.
Era a alma da
Revista Acadêmica que foi um dos fundadores.
Antigo membro da
Santa Casa de Misericordia, era da mesma vice-provedor há longos annos.
Acatado entre seus
pares, entre os quaes tinha relevante saliência era o dr. Augusto Vaz possuidor
de um coração magnanimo e caritativo.
Casado em 29 de
junho de 1872 com a exma. Sra. D. Ignez Marinho Vaz de Oliveira, filha de uma
das mais distinctas famílias de Pernambuco, houve de seu consorcio cinco
filhos, um dos quaes, o Dr. Oswaldo Vaz já fallecido e d. Maria Rita de
Hollanda Cunha, casada com o o Dr. Adolpho Hollanda Cuha, residente no Rio de Janeiro,
Augusta Vaz Pereira, casada com o coronel Vicente Riqueto Pereira, agricultor
em Ceará Mirim, Rio Grande do Norte, Gasparina Vaz Rocha dos Santos, esposa do
dr. Raymundo Rocha dos Santos, magistrado em Manaos e José Marinho Vaz de
Oliveira, zeloso funccionario da Recebedoria do Estado.
Deixa doze netos.
Ministrou ao
finando os últimos sacramentos da egreja o seu particular amigo padre Theophilo
Tworz, director do Collegio Salesiano.
O enterramento terá
logar hoje, à tarde, no cemitério de Santo Amaro, sahindo o féretro da casa
acima, às 16 ½ horas, havendo carros à disposição na Rua 15 de Novembro.
À exma. Família Vaz
de Oliveira apresentamos nossas sentidas condulências.
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Publicado no Jornal do Recife,
Anno LVIII, numero 243, Recife, edição de sabbado, 4 de setembro de 1915, pág.
3.
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