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domingo, 14 de julho de 2019

MANOEL TEOTÔNIO FREIRE JÚNIOR


 Poeta, escritor e jornalista norteriograndense, nascido no Acari,
fundador da Academia de Letras de Pernambucano.

Theotonio Freire falleceu hontem ás 13 ½ horas.
Uma surpresa dolorosa foi a funebre noticia que se lê acima. Todo o Recife intellectual teve o seu momento de pasmo angustioso, porque com Theotonio foi-se um dos nossos mais avantajosos vultos, um talento que não foi feito à custa dos annuncios.
Elle era para os que leem como um desses homens extraordinarios de quem nos approximamos com veneração. Tinha entre nós qualidades raras: era um caracter bem formado e um forte na accepção mais lata do termo.
Anniquilado por uma fatalidade physica, afastado do ruido e das mesquinharias, elle contudo não ficou só. Iam procura-lo as peassas de destaque. Sua casa foi por mutias vezes um ponto de reunião superior, vendo se lá os que comprehendiam o seu grande espirito e a claresa de sua illustração.
Como homem de lettras sua obra é digna. Manejava sua penna no verso com a mesma facilidade com que rendilhava um conto e estendeu-se com sucesso, até ao romance. Jornalista de valor, sua iromia torturou durante certo tempo os homemns influentes, porque Thjeotônio, como de Euclydes da Cunha disse Alberto Rangel, não incesava o poder.
No emtanto era benevolo, principalmente com os iniciados nas lettras. Mas, ultimamente, justamente revoltado com o cabetinismo que prolifera entre nós, escreveu uma chronica, uma sublime chronica, que é carapuça bem ajustada na cabeça de certas pequena intelligencias.
Às vezes, na sua obra, elle phantasia, divagava... O realista tinha seus tons de romantico no temperamento e esse romantismo chocado com a realidade também o tornou um pouco sceptico...
Patriota sem reclames, elle via angustiado o triste destino que parece reservado ao Brasil. O sonhador desejava uma patria inteiriça, propspera, digna. Mas infelizmente o destino não lhe reservou essa ventura.
Mas, o ponto em que elle se mostrava maior era no cuidado de sua familia. Chefe de familia numerosa, pobre, educou bem os seus filhos, justamente acreditados pela nossa sociedade.
Não é no estreito espaço reservado a um necrologio que nunca quizermos traçar, em nota escripta emquanto a penna commovida escorre pelo papel, que se dirá sobre a personalidade superior de Thetonio Freire.
Por isso, ‘A Provincia’, referente, dobra-se ante o tumulo do mestre e condolencia com sinceridade sua distincta familia.
Theotonio Freire nasceu a 6 de outubro de 1865. Diplomado pela Escola  pela Escola Normal, não dedicou, porem, os seus esforços ao magisterio publico.
Casado com a exma. sra. D. Praxedes de Lacerda Freire, deixa de um consorcio venturoso os seguintes filhos: Theotonio Filho, jornalista notavel e homem de lettras; Mario Theotonio e Cesar Theotonio, auxiliares da Standard Oil Company, as senhorias Laura e Esther Freire, esta noiva do sr. Carlos Maia; Maria Helena e Helana Maria e d. Noemi Lacerda, esposa do sr. Jorge Lacerda.
Deixou publicadas as seguintes obras: ‘Republica’, poemeto; ‘Patria Nova’, em collaboração com França Pereira; Ritonellos Lyricos, versos; ‘Passionario e Regina’, romances; ‘Flammulas’, contos; De Relance, estudos críticos; ‘Bronze de Coryntho’, poemeto, além de trabalhos esparsos pelos jornaes e em revistas.
Ultimamente collaborava no ‘Jornal do Recife’.
O enterramento do notavel extincto terá logar hoje, às 14 horas, saindo o feretro de sua residência à rua do Riachuelo 39, onde se verifiou o obito”.

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Publicado no Jornal ‘A Provincia’, Anno XL, n. 82, Recife, edição de domingo, 25 de março de 1917, pág. 2.

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