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domingo, 4 de março de 2012

SESMARIAS DA PARAÍBA

JOÃO DE LYRA TAVARES


APONTAMENTOS PARA A
HISTÓRIA TERRITORIAL
DA PARAHYBA


Edição Fac-similar




Coleção Mossoroense
Volume CCXLV
1982

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SESMARIAS DA CAPITANIA DA PARAHYBA

Nº 40 DE 29 DE MAIO DE 1704

Bartholomeo Barbosa Pereira, morador no engenho Espirito Santo, diz que a custa de sua fazenda tem descoberto terras devolutas e desaproveitadas em as ilhargas da primeira data do Sr. Conde de Alvor e mais hereos, na lagôa Braxe e riacho Curiupe, junto ás Piranhas, onde novamente pede data o dito senhor Conde Alvor, e porque elle supplicante não tem aonde possa crear seus gados que são para augmento dos dizimos reaes, e o quer fazer na dita parte por serem terras devolutas e desaproveitadas, pelo que pedia lhe fizesse mercê conceder tres legoas de terra de comprimento e uma de largura, nas ilhargas das terras do Conde de Alvor e mais hereos em os ditos riachos e lagoa Bruxé, depois de inteirado o Conde de Alvor da segunda data que pede, não prejudicando a terceiro. Foi feita a concessão, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 41 EM 10 DE OUTUBRO DE 1704

D. Rosa Maria Dourado de Albuquerque, Antonio Gonçalves Netto, José de Amorim dos Passos, Anna de Abreu e Manoel Monteiro, dizem que, moradores nesta capitania, tendo seos gados sem terra onde os creassem, tinham descoberto a custa de sua fazenda terras no sertão desta capitania, junto ao rio chamado Seridó, que confronta com uma serra chamada Cubaty e como estão devolutas pedem, tres legôas de comprido e uma de largo para cada um pelo dito rio Seridó acima, ficando intermeio o dito rio pelas cabeceiras de uma sorte de terras de Francisco Fernandes. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 42 EM 26 DE NOVEMBRO DE 1704

Francisco Alves da Cunha, morador nesta capitania, diz que tem servido a S. M. na guerra contra o tapuio bravo, e por se achar com muitos gados, sem ter aonde os crear, e tem descoberto terras com dispendio de sua fazenda, devolutas e desaproveitadas, em as, ilhargas da data do Conde de Alvor e mais companheiros hereos nelle, junto aos Piranhas, começando da lagôa Bruxe ate o riacho Curiupe, pelo que pedia lhe fizesse mercê de conceder-lhe tres legoas de terras de comprido e uma de largo, na dita parte, não prejudicando a terceiro, inteirado que seja Bartholomeu Barbosa Pereira. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 43 EM 8 DE DEZEMBRO DE 1704

Conde de Alvor, por seu procurador, diz que tendo descoberto umas terras e sitio no sertão desta capitania, no olho d’agua chamado pela lingua do gentio o – Cuité - que delle nasce o rio Jacu, aguas correntes para o Rio Grande e Apudy, ate entestar com os providos; e necessario ao dito conde de Alvor tres legoas de terras de comprimento e uma de largura pelo dito rio abaixo, para accommodar e criar suas criações para poder tirar gado para o trabalho de dois engenhos que tem nesta capitania. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 44 EM 21 DE DEZEMBRO DE 1704

Bartholomeo Barbosa Pereira, diz que fazendo descobrir umas terras e sitio no sertão desta capitania com dispendio de sua fazenda e risco de vida, no olho d'agua chamado pela lingua do gentio Cuité, que delle nasse o rio Jacú, aguas correntes para o Rio Grande e Japohy, ate entestar com os providos, sendo hereo com o Sr. Conde de Alvor, necessita de tres legoas de terras de comprido e uma de largo, para accommodar e criar suas creações de gado. Foi feita a concessão, depois de inteirado o Conde de Alvor, de uma data que tem no dito rio Jacú, para baixo, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 45 EM 23 DE DEZEMBRO DE 1704

José Gomes, diz que tendo ido descobrir com outros companheiros umas terras e sitios no sertão desta capitania, no olho d’agua Cuité, que delle nasce o rio Jacú, aguas correntes para o Rio Grande Japohy, ate entestar com os providos, sendo heroe com Antonio Carvalho de Vasconcellos, necessita de tres legoas de comprido e uma de largo pelo dito rio abaixo. Foi feita a concessão requerida, depois de inteirado Antonio de Carvalho Vasconcellos, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 46 EM 23 DE DEZEMBRO DE 1704

Capitão Antonio de Carvalho de Vasconcellos, diz que descobriu umas terras e sitios no sertão desta capitania com outros companheiros, mas com dispendio de sua fazenda e risco de vida, no alho d’agua chamado pela lingua do gentio Cuité - que delle nasce o rio Jacú, agoas correntes para o Rio Grande e Japy, ate entestar com os providos, sendo heroe Bartholomeu Barbosa Pereira, e queria a mercê de tres legoas de terras de comprimento e uma de largura pelo dito rio abaixo. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos. Em 17 de Outubro de 1731, o supplicante dirigiu ao governo, então occupado por Francisco Pedro de Mendonça Gurjão, a seguinte petição: Capitão Antonio de Carvalho e Vasconcellos, desta capitania, possuindo a data que junto offerece, das terras que lhe deram no rio Jacú, aguas correntes para o Rio Grande e Japy, no anno de 1704, pelo governador Fernando de Barros Vasconcellos, como da mesma data consta, cujas terras povoou logo o supplicante com seos gados, e porque a dita data não se registrou por descuido, dentro do tempo consignado no regimento da provedoria da fazenda Real e se achar o supplicante naquelle - tempo no dito sertão, occupado na povoação de ditas terras, quer elle ratificar a sua data, que transcreve. Foi concedida a ratificação.

Nº 47 DE 24 DE DEZEMBRO DE 1704

Antonio de Mendonça Machado, diz que tendo ido descobrir umas terras e sitios no sertão desta capitania, com outros companheiros, no olho d’agua do Cuité, que delle nasce o rio Jacú, aguas correntes para o Rio Grande e Japohy, ate entestar com os providos, sendo heroe com José Gomes, necessita de tres legoas de terra de comprido e uma de largo pelo dito rio abaixo. Foi feita a concessão, depois de inteirado José Gomes, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 48 EM 26 DE DEZEMBRO DE 1704

D. lzabel da Camara, Capitão Antonio de Mendonça Machado, Alferes Pedro de Mendonça e Vasconcellos e Antonio de Carvalho, dizem que possuindo gados sem ter terras para os crear, descobriram no sertão desta capitania um riacho chamado pela lingua do gentio Pucuhy, em terras devolutas e nunca dadas a pessoa alguma; por isto pediam tres legoas de comprimento e uma de largura cada um no dito riacho, o qual corre do sul para o norte e faz barra no Cahã, que dá no Piranhas e nasce na serra Borburema, começando a dita terra no primeiro poço grande do dito riacho por elle abaixo, ficando em meio dita terra. Foram concedidas tres legoas de terras a cada um, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 49 EM 26 DE JUNHO DE 1705

Manoel Pacheco, morador na ponta de Lucena, diz que ha muitos annos habita o referido districto, com sua casa e familia, e porque não tem terras capazes para plantar suas lavouras e crear suas creações, e o rio Jaguaribe proximo a esta cidade alaga e occupa com seus lagadiços muitas terras capazes de se cultivarem e poderem aproveitar, desalagando-se e abrindo-se o dito rio, o que e em beneficio do bem commum pelo dito em muitas partes impedir a passagem ao povo, desalagando-se descobrira muitas terras devolutas, capazes de se cultivar; e porque elle supplicante quer abrir e desalagar o dito rio, a custa de sua fazenda sem mais remuneração de se dar-lhe a sesmaria por devoluta toda terra alagada, que se descobrir e desalagar com a abertura do dito rio, tanto de uma banda como de outra e os alagadiços de uma e outra parte do dito rio que com a dita abertura se descolocarem, começando na passagem de Manoel Bessa ate a nascença do dito rio, que poderá ser de comprido pouco mais ou menos trez legoas e de largura a que a agua desocupar, correndo pelas testadas dos providos de uma e de outra parte do rio. Ouvido o provedor da fazenda real opinou favoravelmente, dizendo que a largura podia ser de 150 braças pouco mais ou menos de uma e outra parte. Foi feita a concessão de tres leguas de comprimento com a largura do terreno que se desalagar de uma e outra banda do rio, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 50 EM 25 DE AGOSTO DE 1705

D. Rosa Maria Dourado de Albuquerque, Luiz Baptista Barbosa, Alferes Antonio Baptista de Freitas e Gonçalo Barbosa, moradores nesta capitania, dizem que tendo seus gados para crear não possue terras e porque no sertão desta capitania há um rio que lhe chamão pela lingua do gentio Ocâ, no qual ha terras devolutas, e as descobriram os supplicantes, e nunca foram dadas a pessoa alguma, cujas terras são pelo dito rio Ocâ abaixo, buscando a serra do Japy e a serra do Cuhó, ate entestar com os providos, o qual rio corre do poente para o nascente; pediao tres legoas de comprido e um de largo para cada um, fazendo peao e começando a dita terra de um olho d’agua, que ha no dito rio Ocã do dito olho d’agua para cima quatro legoas de comprido com a dita largura e as mais para baixo pelo dito rio Ocâ. Foi feita a concessão de tres legoas de terras de comprimento e uma de largura a cada um com as confrontações pedidas, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 51 EM 25 DE AGOSTO DE 1705

D. Josepha Dourado de Albuquerque, Gonçalo Barbosa, Manoel Barbosa e o Alferes Antonio Baptista de Freitas, dizem que descobriram no sertão desta capitania terras capazes de crear gado, com um rio, que chamâo Cuxunoré, fronteiro a serra das Canas-brabas, e fronteiros ao dito rio Cuxunoré ficão dois riachos que estão visinhos do dito rio; as quaes terras estão devo1utas e nunca foram dadas a pessoa alguma; e como não possuem terras para crear seus gados pediam treis legoas de comprimento e uma de largura a cada um pelo dito rio Cuxunoré, acima, ficando na dita terra os dois riachos. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 52 EM 24 DE SETEMBRO DE 1705

Capitão José Fernandes da Silva, Pedro de Faria, Tenente Francisco Fernandes da Silva de Faria e Manoel Fernandes da Silva, dizem que com todos os seos gados em o sertão desta capitania, donde alguns delles são moradores: depois da guerra dos gentios bravos os prisioneiros povoadores, servindo em dita guerra como foi o capitão José Fernandes da Silva, capitão de cavallos sem mercê alguma, e nem possue terras para situar seus gados; com risco de sua vida, de seus escravos e familiares tem descoberto em o riacho que pela lingua do gentio se chama Quixo-Ponto, que nasce de umas vertentes de agua do pé de uma serra; chamada a dita vertente ema sobredita lingua Coitá, no qual riacho entra outra vertente chamada na mesma lingua Queixerobebe, o qual riacho corre do norte para o sul vae fazer barra no rio das Piranhas, fronteiro a barra do Pinhão, pouco mais ou menos, uma terra que esta devoluta, sem nunca ser povoada; lhes é necessario dose legoas de terras de comprido e uma de largo, tocando a cada um tres de comprido e uma de largo, pelo dito riacho acima da Parahyba, povoação de uma e outra banda do dito riacho tanto para uma e para outra parte começando de sua primeira povoação, não incluindo terra inútil e falta d’agua, fazendo, sendo necessario, o comprimento na largura e esta no comprimento. Opinou o provedor que as datas devem principiar das testadas dos ultimos providos e não da primeira povoação e devem ser successivas e não salteadas pelo rio acima - Quixo-Ponto. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 53 EM 25 DE OUTUBRO DE 1705

Bartholomeo Barbosa Pereira, diz que a sua custa mandou descobrir terras nos brejos das fraldas da serra do Araripe da parte do norte, agoas vertentes para o rio Jaguaribe fronteiras as nascenças do rio Piranhas, terras devolutas e só povoadas dos barbaros da nação dos gentios barbados, pelo que necessita de uma legoa em quadro das ditas terras, sendo heroe com o conde de Alvor. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 54 EM 26 DE OUTUBRO DE 1705

Conde de Alvor, por seo procurador, diz que tendo mandado descobrir terras no sertão desta capitania nos brejos das fraldas da serra do Araripe, da parte do norte, aguas vertentes para o rio Jaguaribe, fronteiras as nascenças do rio das Piranhas, e porque necessita de tres legoas de terras de comprido e lima de largo para crear seos gados e bestiadas para os seus engenhos desta capitania da Parahyba as requeria em sesmaria. Foi feita a concessâo no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 55 EM 13 DE DEZEMBRO DE 1705

José de Amorim, diz que morador no sertão a vinte annos com sua mulher e familia, achou-se nas occasiões que se offerecerão contra os inimigos barbaros, como consta das certidões e estando a crear sem terras, com risco de sua vida e custo de sua fazenda descobriu umas terras na passagem onde chamão as Flecheiras donde esta um poço que chamão do gado-brabo, terra devoluta, e haverá um anno metteo um curral de gado na dita terra e fez uma obra de pedra no dito poço para recolher mais agoa no inverno; o que tudo fez sem contrariedade de pessoa alguma, e por isto requeria tres leguas de terras em quadro, fazendo peão do poço para cima. Opinou o provedor que se concedesse duas legoas de comprido e uma de largo do poço, onde pede porque para mais comprimento ha outra data junto a esta terra, que podera entrar nella, pelo que foi feita a concessão de duas leguas de comprido e uma de largo, que começam do poço gado-brabo para cima, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 56 EM 17 DE ABRIL DE 1706

Thome Pereira Dultra e Domingos Francisco Dias, dizem que estavam creando gados haviam seis annos em terras devolutas no sertão de Curimatau, as quaes terras estavam nas ilhargas dos providos de Amaro Carneiro e o capitão Antonio de Mendonça e mais heréos na parte do sul no riacho Caraçá e da parte do norte Tatu-bola e riacho dos Porcos e para estarem socegados e livres de duvidas lhes eram necessarias as ditas terras por data por estarem devolutas; a saber o dito Thomé Correia Dultra começará do riacho Caraçá cortando para as vargens, que se estendem do poente para o nascente: Domingos Francisco Dias começará no riacho Tatu-bola, cortando para o riacho dos Porcos, indo do nascente para o poente; e para isto pediam a concessão de tres leguas de terras de comprido e uma de largo a cada um na parte que pediam não prejudicando aos providos no riacho dos Porcos. Foi feita a concessão de tres legoas a cada um, isto e, a Thome Pereira Dultra, que começara no riacho Caraça para as vargens que se estendem do poente para o nascente e a Domingos Francisco Dias, começando do riacho Tatu-bola cortando para o riacho dos Porcos, do nascente para o poente, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 57 EM 13 DE MAIO DE 1706

Capitao Manoel Gomes Pereira, morador nesta capitania, diz que tinha uma sobra de terras em quadro de meia legoa no rio Jaguaribe desta cidade, da outra banda, para a parte do sul, que lhe foi dada em dote, e nas suas testadas correndo para agua-fria e para parte do mar as sobras destas devolutas, as quaes queria elle lavrar e aproveitar e as pedia de sesmaria com todos os seos logradouros. Opinou o provedor que as terras pedidas entestão com terras de Francisco Barboza, homem antigo de que não ha noticia, para parte do mar do rio Jaguaribe e como se não mostrasse os títulos do dito Francisco Barbosa, não se sabe se as sobras que o supplicante pretende por devolutas pertencem as terras que se deo ao dito Francisco Barbosa, e como não há quem por elle procure, se poderão dar ao supplicante com a condição que apparecendo em algum tempo titulos da dita terra não terá vigor esta data. Foi assim feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 58 EM 30 DE MAIO DE 1706

Conde de Alvor, Manoel da Cruz de Oliveira, Bartholomeo Barbosa Pereira, D. Clara de Vasconcellos e Bento de Araujo, dizem que descobriram umas terras devolutas no sertão das Piranhas entre os providos do Pody, Piranhas e riacho do Meio e dos Porcos e necessitavam dellas para crear seos gados, pelo que pediam tres legoas de terras para cada um ate entestar nos providos por serem sobras. Opinou o provedor que se dessem as terras pedidas exceptuadas as do riacho dos Porcos por já estarem dadas. Foi feita concessão de tres legoas de comprido e uma de largo a cada um no sertão das Piranhas e riacho Ogon, reservado o riacho dos Porcos por já ter sido dado, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 59 EM 7 DE ]UNHO DE 1706

Antonio Freire, morador na Tamatanduba, termo da capitania do Rio Grande, diz que possue uma sorte de terras no rio Curimataú, a qual com outros socios alcançou no anno de 1674, do governador que então governava Ignacio Coelho da Silva, sobre o que teve elle supplicante sempre duvidas com o capitão Affonso de Albuquerque; que vindo a capitania do Rio Grande por ordem de S. M., o Dezembargador Christovão Soares Beirão, como juiz das datas e demarcações de terras, o fez citar perante o mesmo ministro para que apresentasse os titulos, respondeo que esses tinhão os herdeiros de João de Noralhas, e sendo estes tambem citados não acudiram e nem responderam a citação, por cuja causa fazendo se também vistoria de observação de divisa desta capitania, se achou que a terra sobre que era a contenda nem pertencia aos citados, nem a capitania do Rio Grande, como tudo consta da sentença que juntou em que se declara por devoluta; pelo que pedia tres leguas de terras de comprido e uma de largo entre o rio Curimataú-merim e o rio Salgado na testada delle supplicante, começando a medir do sul para a norte, a qual já tem povoado sem contradicção. Foi feita a concessão requerida, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 60 EM 12 DE JUNHO DE 1706

Padre Dionisio Alves de Brito e suas irmães, moradores nesta capitania, dizem que lhes pertencia por herança de seos paes Miguel Alves de Brito e Mariana Ribeiro Pinto uma sorte de terras de meia legoa em Tapira-puara, que para a norte cortava com terras de um hereo e para o sul de outro hereo de que elles supplicantes ao presente não eram sabedores, dando testada a dita terra Diogo Gonçalves Marceguy, já defunto, e hoje estava um terceiro possuidor Antonio Quaresma de Mendonça, sendo a dita meia legua de terra em quadro e mais sobras, correndo dita terra pelo rio de Utinga acima, servindo o rio de Tapira-puara e Sarapó de marcação a dita terra, as quaes estavão elles supplicantes possuindo e possuiam seus paes havia muitos annos par carta de data de sesmaria, mercê feita pelos serviços prestados nas guerras desta capitania contra os hollandezes pelo governador João Ribeiro de Lima; e porque se achem sem titulo de dita terra, que perderam em retirada que fiseram e os livros de tal tempo estarem faltos de folhas onde estavam registradas as sesmarias desta capitania, e pedindo elles a renovação ao governador que precedeu ao actual Manoel Nunes Leitão, mandaram mostrassem perante o provedor da Fazenda Real com testemunhas como lhes pertenciam ditas terras, o que fizeram com treis testemunhas, e ora queriam para evitar duvidas a mercê da dita meia legoa em quadro e mais sobras com as confrontações acima. Opinou o provedor que nas guerras com os hollandezes se perderam os livros de datas, pelo que deviam ser deferidos. Tiveram de concessão a data de sesmaria de meia legua em quadro, e mais sobras que houver junto a ellas em Tapira-puara, correndo pelo rio Utinga, servindo de demarcação o rio Aripitanduba e lagoa Sarapó no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

2 comentários:

  1. Parabéns! Este é um dos maiores resgates históricos que se faz da origem da Parahyba. Com este texto podemos aprender um pouco mais e conhecer a divisão de terras que se deu no início da nossa povoação.

    Att.

    Rau Ferreira
    Blog HE

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  2. A história do povoamento do sertão paraibano possui relação com as migrações forçadas por efeito da inquisição, que tinha ganho força após a expulsão dos neerlandeses, com muitos cristãos-novos empurrados junto com suas famílias para o interior da Paraíba e terras potiguares.

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