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domingo, 12 de fevereiro de 2012

SESMARIAS DA PARAÍBA


JOÃO DE LYRA TAVARES


APONTAMENTOS PARA A
HISTÓRIA TERRITORIAL
DA PARAHYBA


Edição Fac-similar




Coleção Mossoroense
Volume CCXLV
1982


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SESMARIAS DA CAPITANIA DA PARAHYBA
Nº 21 EM 7 DE MAIO DE 1701

Alferes Diogo Pereira de Mendonça, diz que servindo a S M. por espaço de tempos; sem ter casa e nem quartel onde more, e que por ter noticia que na rua que vae para o Tambia, entre as casas de D. Izabel de Albuquerque e as do capitão Leonardo de Albuquerque Carvalhoza ha uns chãos que tem seis braças de largo pela frente, e de fundo terão doze ou quatorze até entestar com o muro dos religiosos de Santo Antonio, e que se não conhece senhorio e elle supplicante quer levantar casas nelles por devolutos o que e em augmento desta cidade, e sendo que em qualquer tempo appareça senhorio, mostrando justos titulos, pagaria foro na forma do estylo, pedindo lhe fizesse mercê das dittas seis braçaas de terra e chaãs sobreditos para fazer casas em que more, e as quatorze de fundo, ou o que se achar até entestar com o muro dos religiosos de S. Antonio. O Provedor informou que não tem duvida em que já houvessem sido concedidas a outro ditas terras, mas que desappareceram os titullos e proprietarios com a guerra hollandeza.
Foi feita a concessão com a condição de levantar casas dentro de seis mezes, pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 22 EM 7 DE MAIO DE 1701

Capitão Paulo de Almeida, morador nesta cidade diz que viveu sempre com seus paes servindo de soldado pago nesta praçaa, e de capitão de Ordenança sempre em serviços de Sua Magestade; possue umas casas em que vive, na rua que vae deste Palacio para a rua Direita da parte do sul, e que contestao com terras dos Monges de S. Bento, da parte do poente, e para o do nascente com chãos que estão devolutos e desaproveitados, que serão seis braças pouco mais ou menos, de testada pela rua abaixo, com o quintal que tiver para atrás, e porque quer elle supplicante ditos chãos na forma declarada para nelles fazer casa por ficarem misticos as que possue por datta de sesmaria, por estarem devolutos e desaproveitados, pedia que attendendo ao referido lhe fizesse mercê dos ditos chãos. Foi feita a concessão pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira, com a condição de levantar casa no praso de seis mezes.

Nº 23 EM 11 DE MAIO DE 1701

Diogo Pereira da Silva, Domingos Fernandes de Sousa e Antonio Lopes de Figueredo, dizem que pelas ilhargas da data do Reverendo Antonio de Viveiros e seus companheiros que pediram, pelo rio Seridó do norte e para o sul descobriram um riacho a que os gentios tapuios chamavao Quincú onde estava um poço do mesmo nome pela parte direita da data do Reverendo Vigario, correndo também do norte para o sul, e porque havia terras capazes de povoar que resultaria muitos direitos a S. M., e o Tapuio vendo-se com mais povoações ficaria mais domestico, e elles supplicantes descobriram a sua custa as ditas terras, e tinham gados e escravos para as cultivarem, pediam mandasse dar-lhes as dittas terras de sesmaria, treis legoas de comprido e uma de largo, para cada um, começando do poço que o tapuia chama Quincu, do Norte para o Sul. Foi feita a concessao pelo capitão-mór Francisco de Abreu· Pereira de tres leguas de comprimento e uma de largura, com a condiçao de não povoando as referidas terras serem a outro concedidas.

Nº 24 EM 12 DE MAIO DE 1701

André de Viveiros Silva, Simão Carvalho da Cunha, Manoel Dias da Silva e o sargento-mór Hilario da Silva Vieira, morad6res nesta capitania, dizem que correram varios sertões desta capitania afim de buscarem commodos para a seus gados e cultivarem agrestes e incultas terras; e porque em as cabeceiras de uma data, que pedio Pascacio de Oliveira com outros companheiros em uma lagoa, chamada pelo gentio Sucuru-Ancauy, comçando da dita lagoa a correr para o poente, encostado na serra da Borburema da parte do sul até dar no rio chamado pela mesma lingua do gentio Poicú, e pelo dito rio acima, ha terras devolutas, queriam a mercê de doze legoas de comprimento e uma de largo pelas confrontações acima ate se encherem pelo dito rio Poicú, acima com todos os logradouros. Exigio o Provedor que declarassem em que parte estava a terra de Pascacio de Oliveira, de que faziam menção os supplicantes. Declararam elles que a testada, que llles mandava declarar o dito Provedor, era no riacho chamado Bonito encostado a serra da Borborema pela parte do sul. Foi feita a concessão pelo capitião-mór Francisco de Abreu Pereira, de tres leguas de comprimento e uma de largura a cada um, que fazem as doze leguas pedidas, na lagoa a que os Sucurús na lingua da terra chamão Ancauy, começando da dita lagoa a correr para o poente; encostado a serra da Borburema da parte do sul até dar no rio poço, pelo dito rio acima, na testada do riacho Bonito, encostado a serra da Borburema da parte do sul nas cabeceiras de uma data que pedio Pascacio de Oliveira e outros companheiros, sem interpolação de terra alguma.

Nº 25 EM 12 DE MAIO DE 1701

Simão Carvalho da Cunha e Pedro da Costa Azevedo, moradores nesta capitania, dizem que correram varios sertoes desta mesma capitania, com risco de suas vidas e dispendio de suas fazendas, afim de buscarem commodos para seus gados e cultivarem agrestes e desaproveitadas terras; e porque em as fraldas vertentes de uma serra, chamada pela lingua do gentio Hacarti-Mongiqay da parte do nascente, oode faz uma cachoeira e urn riacho, onde nasce urn olho d’agoa, que corre para o nascente, vertente a Parahyba ha terras devolutas, pediao fizesse a merce de seis legoas de terras, começando do dito olho d’agua, uma legoa para parte do norte e cinco para a parte do sul, atravessando sempre as vertentes com a largura, ques se achar, com todos os seus logradouros. Mandou o governador que declarassem os supplicantes com terras de que hereos estavam misticas as que pediam. Declararam os supplicantes que as ditas terras estavam misticas com uma data do governador João Fernandes Vieira e o capitão João Ferreira de Mello, para a parte do nascente e para o poente erão vertentes para o rio S. Francisco e que a data do governador João Fernandes Vieira começava da Serra Branca para cima na nascença do Parahyba. Foi feita a concessão das seis legoas na forma requerida, treis para cada um e uma de largo, pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 26 EM 18 DE JULHO DE 1701

Sargento-mor Mathias Vidal de Negreiros, Alferes Marcos Rodrigues Cabral e Manoel Monteiro, tendo prestado serviços a S. M., despendendo sua fazenda com o gentio Pega, e como descobrissem terras e as queriam para povoar com gados por serem muito no alto sertão entre o gentio bravo, pediarn a mercê de nove legoas de terras no rio a que o tapuia Pega chama Janquexeré e Moicó, nomes que tem tres poços d’agua, o qual rio nasce na parte da serra da Borburerna para o poente, buscando para a parte do norte as quaes nove legoas de terra começariam a medir-se da barra do dito rio para cima com seis legoas de largo para uma e outra parte e as nove legoas de comprido pelo dito rio acima, entrando sempre na dita data os tres nomeados poços d’agua, fazendo do comprimento largura e da largura comprimento, como melhor lhes accommodar. Por exigencia do provedor fizerão os supplicantes a seguinte declaracâo: O rio de que tratavão na sua petição fazia barra em o rio a que chamão Seridó, ao qual rio o gentio Pega, não da mais nome do que os dos tres poços na citada petição declarados, cujas terras estavão no meio das datas da Borburema e das Piranhas e não tem heréos ou visinhos com quem devia confrontar por serem desviadas das taes datas, porque só se procurava em semelhantes datas a conveniencia de agoas para a creacão de gados. Foi feita a concessão das nove legoas de terras, isto é, treis leguas de comprido e uma de largo, para cada um, sem interpolação de terra alguma, pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 27 EM 3 DE AGOSTO DE 1701

Licenciado Antonio Vital Curado, sacerdote do habito de S. Pedro, diz que tendo noticia de que em Cabo-Branco, que é hoje de seu irmão capitão Salvador Curado Vidal, começando do marco de pedra das terras do dito Cabo-Branco para a parte do sul até entestar com o rio Gramame de leste a oeste até entestar com terras do Engenho Velho, há um pedaço de terras devolutas e assim algumas sobras, tanto de ilhas como de terras firmes e porque elle supplicante quer a dita terra para beneficio de suas creações, roças e mais lavouras por ter junto a ellas tambem terras, pelas quaes lhe hão de tocar por herança de seu pae, o mestre de campo Antonio Curado Vidal, um dos que libertou esta capitania do inimigo hollandez e seu avô Lopo Curado Garro, governador que foi, em as guerras desta mesma capitania com tantos serviços como é notorio, pede mercê de ditas terras. Foi feita a concessão pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 28 EM 1 DE NOVEMBRO DE 1701

Capitão-mor Theodosio de Oliveira Ledo, Alferes Diogo Pereira de Mendonça, João Baptista de Freitas, Alferes Antonio Baptista de Freitas e Antonio Fernandes de Sousa, dizem que tendo servido a S. M. em muitas occasiões que se offereceram nesta capitania contra o inimigo Tapuio, e tendo dcscoberto algumas terras em o sertão, em parte remota, que nunca foram povoadas, em o rio chamado pelo gentio Quinturaré, que corre de sul para norte e vae fazer barra nas Piranhas, em as quaes terras querem accommodar seus gados, começando a povoal-as do primeiro poço das nascenças do dito rio para baixo, até se inteirarem por uma e outra parte e delle, visto nunca haverem side descobertas. Por despacho do provedor declararam mais os supplicantes, que as terras que pediam eram no sertão das Piranhas, e nunca foram povoadas, e confrontam com o Seridó e com as datas dos Oliveiras ao largo porque o rio Quinturaré, em que pediam a data, era sertão occulto até o presente. Foi feita a concessão de 2 legoas de comprimento e 1 de largura a cada um, pelo capitão-mór Francisco de Abreu Pereira.

Nº 29 EM 1 DE NOVEMBRO DE 1701

Capitão-mór Theodosio de Oliveira Ledo, Alferes Domingos Pereira de Mendonça, João Baptista de Freitas e Antonio F. de Sousa, dizem que descobriram algumas terras devolutas em o sertão e que nunca foram povoadas em o rio Quinturaré que correndo sul para o norte e vae fazer barra nas Piranhas, começando a povoalas com seus gados do predicto poço das nascenças do dito rio para baixo, até se inteirarem por uma e outra parte. Declararam os ditos, depois do despacho do provedor, que as terras que pediam eram no sertão das Piranhas e nunca foram povoadas nem descobertas, e confrontam com o Scridó e com as datas dos Oliveiras ao largo, porque o rio Quinturaré em que pediam a data era sertão occulto até o presente. Foi feita a concessão a cada um dos supplicantes de duas legoas de comprido e uma de largo, no governo de Francisco de Abreu Pereira. Esta concessão foi confirmada por D. Pedro, Rei de Portugal, em 20 de Junho de 1706.

Nº 30 EM 26 DE ABRIL DE 1702

Ajudante Leandro Borges Pacheco, morador em Taipu, diz que no districto das Piranhas em um riacho charnado pela lingua do gentio Samanau, que vae fazer barra no rio Seridó, havia um poço chamado do mesmo nome do dito riacho Samanaú, sem que nunca fosse cultivado ou possuido de pessoa alguma, ficando os ultimos providos distante de sete leguas para mais, que nao podessem chegar ao dito poço, por serem as terras contiguas infrutiferas, ainda que pastos dos mesmos gados; e porque elle supplicante sempre nas conquistas de ditas terras se achou em todas as occasiões de guerra com o gentio bravo; requeria a mercê de duas legoas de terras em quadro, em uma e outra banda do dito riacho Samanaú e poço. Exigindo o provedor quaes os heréos com quem parte estas terras, declarou o supplicante que eram com o Rmo. Vigario desta capitania Antonio de Viveiros e Diogo Pereira. Foi feita a concessao pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 31 EM 15 DE AGOSTO DE 1702

Anna de Moracs da Camara, viuva que foi de Balthazar Pereira de Mattos, diz que pelo despacho que annexava dos officiaes da camara desta cidade lhe foram dados uns chãos que estavão devolutos nesta cidade, junto para o portinho a mão direita, onde fez casas Manoel da Camara com licença do marido della supplicante e porque queria carta de data passada não somente desses chãos como de seu quintal, até a estrada que vae para o Varadouro, pelo que pedia fosse servido conceder-lhe ditos chãos dados pelo despacho incluso ao marido della supplicante por devolutos. Foi feita a concessão pelo capitião-mór Francisco de Abreu Pereira, de quatro braças de chão de casas fronteiras, da parte que a supplicante pede, na rua Nova, de onde morou o ajudante Manoel da Camara, até contestar com a estrada que vae para o Varadouro.

Nº 32 EM 2 DE OUTUBRO DE 1702

Theodosio de Oliveira Ledo, capitão-mór do Sertão, diz que estando servindo S. M. em todas as guerras e entradas, que se tem offerecido contra o Tapuia, levantado nos sertões desta capitania e mais circumvisinhas, com grande detrimento na conducçãoo de farinhas que fez para ditas occasiões de mais de 50 e 60 legoas, para nao serem capazes de as produzir as terras, que estão povoadas nos ditos sertões; e porque elle supplicante tenha descoberto com grande trabalho e despesa de sua fazenda na serra chamada Bodopitá um brejo de cannas bravas, e mattas em que há um olho d’agua, a qual seria confronta pela parte do nascente com terras do sargento-mor Mathias Vidal de Negreiros, e pela parte do poente com terras do capitão Antonio de Oliveira e seus companheiros, e nesses brejos e mattas que nella ha lhe parecem capazes de produzir roças e outros legumes necessarios para a conservação com mais commodo, não só da guerra contra o tapuio, mas tambem dos moradores do dito sertão, que com mais facilidade as poderão povoar e assistir nellas; por isso requeria a mercê de quatro leguas de comprimento e uma de largura no dito brejo e olho d’agua das cannas bravas na serra Bodopitá, tomada de norte a sul. Ouvido o provedor, informou este, que as terras de que tratava o supplicante estavão comprehendidas na data concedida ao Padre Manoel de Aguiar e seus companheiros para crear gados; porem como o supplicante pedia na serra Bodopitá para plantar legumes e roças, e de parecer que se de a terra pedida, com a condição porem, que tendo nella alguma capaz para crear gado pertencem a ditas pessoas, que as tem já pedido. Por despacho do governador voltou o provedor dizendo que não tem noticia de ordem que declare o tempo certo para povoar terras dadas em sesmaria, mas se pode conceder a terra pedida pelo supplicante, porque as serras não estão comprehendidas na data de que fallou, mas sim as terras de crear. Foi feita a concessão no logar referido de treis legoas de comprimento e uma de largura, pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 33 EM 31 DE OUTUBRO DE 1702

Manoel Marques de Sousa, Matheos de Viveiros e Antonio de Viveiros, moradores nos sertões de Carirys, dizem que com risco de vida e dispendio de sua fazenda, e pela necessidade que tinhão de terras para accommodar seos gados, invadiram o sertao das Piranhas e descobriram terras devolutas e queriam que lhes dessem nove legoas de comprimcnto e uma de largura, tres para cada hereo que começavam do poço Quincó para baixo pelo rio Capaná seis legoas até o poço chamado pelo gentio Tebenheré e o dito poço riacho Protonaxuré acima tres legoas que fazem as nove, e uma de largo; o qual riacho nasce da Borburema, serra do dito sertão e faz barra no mesmo poço e riacho Capaná, correndo entre os rios Seridó e Sabugy, vae para as partes das Piranhas. Por despacho do governador declaram mais os supplicantes que as terras para a parte de cima partião com terras de Diogo Pereira da Silva, para o sertao e para baixo, que e para o norte, não partião com pessoa alguma. Foi feita a concessão somente de duas legoas de comprimento e meia de largura para cada um, que comecçarão do poço do Quincó para baixo pelo rio Capaná e poço chamado Tebenheré entre o rio Seridó e Sabugy, que partem com Diogo Pereira da Silva, sem interpolação de terras, pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira.

Nº 34 EM 8 DE JANEIRO DE 1703

Licenciado Francisco Tavares de Mello, Capitão Gonçalo Paes Chaves, Gonçalo Barbosa, e ajudante Cosme Pinto, moradores nesta capitania, dizem que não tendo terras para crear seus gados e tendo descoberto sobre a serra da Borburema, da estrada que seguia dos Cariris para as Piranhas para a parte do nascente um riacho chamado pela lingua do gentio - Unebatucú, cujas terras estão devolutas, e tão somente descobertas pelo gentio bravo, que antigamente parece, tiveram nella uma aldeia, por alguns vestigios que della se achavão; e supposto não tinha o dito riacho aguas necessarias queriam elles supplicantes fazerem beneficios para as represar; pelo que pediam treis legoas de terras de comprimento e uma de largo para cada um, começando dos vestigios da dita Aldeia pelo dito riacho abaixo, ficando-lhe este em meio da largura pedida. Foi feita a concessão pelo capitão-mór Francisco de Abreu Pereira, de seis legoas de comprimento e uma de largura, que partirão por data entre si os supplicantes.

Nº 35 EM 23 DE JANEIRO DE 1703

Conde de Alvor, Jacyntho A. de Figueredo, Domingos Siqueira, capitão-mor Theodoro de Oliveira Ledo, Pedro de Araujo e Domingos A. Correia, dizem que com dispendios de suas fazendas e risco de vida descobriram no sertão terras que nunca foram povoadas e descobertas em as ilhargas do rio das Piranhas, começando na lagôa Boxe para a parte do norte caminhando para o rio Curiupe pelo dito riacho abaixo e acima e confronta a dita lagôa Boxe com as testadas das terras de Antonio da Rocha Pitta,sita para a parte do nascente, e pedem merce de treis legoas de terra de comprimento e uma de largo a cada um nas testadas uns dos outros no dito riacho e lagôa para se inteirarem para baixo ou para cima. Foi feita a concessão pelo capitão-mor Francisco de Abreu Pereira ao Conde de Alvor, de treis leguas de terra de comprido e uma de largo, preferindo sempre aos mais supplicantes de uma legoa de terra de terra de comprido e uma de largo a cada um. Esta concessão foi confirmada pelo governo de Portugal, por D. Catharina, Regente, em nome de seu irmão D. Pedro, em 22 de Fevereiro de 1705.

Nº 36 EM 8 DE JANEIRO DE 1704

João de Andrade, sargento-mór, residente nesta capitania, diz que não tendo terra onde situar os seus gados, e ora se acha na ribeira das Piranhas um riacho fronteiro da serra do Patú, o qual corre para o nascente com poços d’agua, aos quaes chama o gentio Ocuâ-Copy e Fery, tudo devoluto, e porque elle o quer aproveitar, ainda que com risco o gentio bravo, e dispendio da sua fazenda, requeria a mercê de tres legoas de terras de comprimento e uma de largura pelo rio acima, começando a medir-se do poço d’agua a que chama o gentio – Ocuâ para cima depois de inteirado Conrado Luiz de Albuquerque. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Nº 37 EM 8 DE JANEIRO DE 1704

João Monteiro, morador nesta capitania, diz que não tendo terras onde situar seos gados, e ora se acha na ribeira das Piranhas um riacho fronteiro a serra do Patú, o qual corre para o nascente com poços d’agua, aos quaes chama o gentio Ocuâ – Copy - Congá e Fery tudo devoluto; e porque elle o quer aproveitar, ainda que com risco do gentio bravo e disperdio de sua fazenda, queria a mercê de tres legôas de terras de comprimento e uma de largura, pelo rio acima, começando a medir-se do poço d’agua, a que chama o gentio Ocuâ para cima, depois de inteirar-se Gonçalo Luiz de Albuquerque e o Sargento-mór João de Andrade. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos, de trez legoas de comprimento e uma de largura.

Nº 38 EM 8 DE JANEIRO DE 1704

Conrado Luiz de Albuquerque, morador nesta capitania, diz que não tendo onde situar os seus gados e como se acha na ribeira das Piranhas um riacho fronteiro a serra do Patú, o qual corre para o nascente com poços d’agua, aos quaes chama o gentio Ocuâ - Copy e Fery, tudo devoluto, e como o quer povoar ainda que com risco do gentio bravo; pedia a mercê de tres legoas de terras de comprimento e uma de largura, pelo rio acima, começando a medir-se do poço d’agua, a que chamão Ocuâ para cima com seus pastos e logradouros. Foi feita a conceição e concessão na forma requerida, no governo de Fernando barros e Vasconcelos, com a clausula de povoar-se a terra dentro de seis mezes.

Nº 39 EM 19 DE MAIO DE 1704

Conde de Alvor, por seu procurador, diz que achando-se sem terras bastantes para poder crear seo gados que lhe são necessários para o manejo de dois engenhos, que possue nesta capitania; e porque tem mandado descobrir terras que estao devolutas em as ilhargas do rio das Piranhas, junto a data que tem a começa em a lagâo Bruxé para a parte do norte caminhando para o riacho Curiupe, e confronta com as testadas delle dito Conde reque tres léguas de terras de comprido e uma de largo. Foi feita a concessão no governo de Fernando de Barros Vasconcellos.

Nº 40 DE 29 DE MAIO DE 1704

Bartholomeo Barbosa Pereira, morador no engenho Espirito Santo, diz que a custa de sua fazenda tem descoberto terras devolutas e desaproveitadas em as ilhargas da primeira data do Sr. Conde de Alvor e mais hereos, na lagôa Braxe e riacho Curiupe, junto ás Piranhas, onde novamente pede data o dito senhor Conde Alvor, e porque elle supplicante não tem aonde possa crear seus gados que são para augmento dos dizimos reaes, e o quer fazer na dita parte por serem terras devolutas e desaproveitadas, pelo que pedia lhe fizesse mercê conceder tres legoas de terra de comprimento e uma de largura, nas ilhargas das terras do Conde de Alvor e mais hereos em os ditos riachos e lagoa Bruxé, depois de inteirado o Conde de Alvor da segunda data que pede, não prejudicando a terceiro. Foi feita a concessão, no governo de Fernando de Barros e Vasconcellos.

Um comentário:

  1. Caríssimo José Ozildo,

    Parabenizo pela continuidade desta importante obra que são AS SESMARIAS DA CAPITANIA DA PARAHYBA, de TAVARES. Esta nos aponta não só as nossas origens, como proporcionam um excelente material histórico.

    Att.

    Rau Ferreira
    Blog HE

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